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“Não precisamos do terreno”; Presidente da ACIV volta atrás e afirma que decisão de alienação do prédio não é mais necessária

Em nota lida pela equipe da ACIV, foi informado aos associados que “às vésperas do centenário da ACIV, a diretoria da entidade idealizou em novembro de 2022 a construção de uma nova sede.

Foto: Divulgação/Ana Luísa Alves

Na manhã desta terça-feira (28/02), a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Varginha (ACIV), realizou uma reunião para discussão da alienação do prédio da associação. Estiveram presentes diversos associados, ex-presidentes da associação, sócios beneméritos e demais interessados no assunto.  

No dia 03 de fevereiro, o presidente da ACIV, Anderson de Souza Martins publicou um edital de convocação, convidando todos os associados a participarem da Assembleia Geral desta terça-feira, mas após a segunda chamada às 09h30, Anderson cancelou a assembleia e justificou que se tratava apenas de uma discussão sobre a venda do prédio. 

Em nota lida pela equipe da ACIV, foi informado aos associados que “às vésperas do centenário da ACIV, a diretoria da entidade idealizou em novembro de 2022 a construção de uma nova sede, com o objetivo de trazer mais conforto ao associado e novas receitas para o caixa. Esse assunto foi amplamente debatido durante as reuniões semanais e ficou decidido por unanimidade, trazer o assunto para a Assembleia, cumprindo a determinação do estatuto. Foi marcada essa Assembleia e foi dada ampla divulgação, através do jornal Correio do Sul, Portal de Notícias Varginha Online, Site da ACIV, e-mail marketing e WhatsApp dos associados. Foram convidados os associados, ex-presidentes e sócios beneméritos. Tudo isso, enriquecerá nosso debate e fortalecerá a decisão, seja ela qual for. Vamos à proposta: Para a construção da nova sede, em primeiro lugar, precisamos de um terreno a ser doado pela Prefeitura. Já conversamos com o Prefeito (que sinalizou positivamente) e com o Secretário de Desenvolvimento e o pedido foi formalizado por ofício, conforme nos orientou o Prefeito Verdi. Mas antes de dar seguimento ao processo, precisamos saber do nosso associado, se esse é um desejo da maioria, por isso convocamos a Assembleia. Caso não for, não adianta doação! Em caso positivo, o Prefeito terá uma sinalização para continuarmos buscando a doação. Para construirmos a nova sede, teríamos dois caminhos: ou através de financiamento bancário ou vendendo o prédio atual e construindo outro. A primeira hipótese foi estudada e descartada. Isso por quê os bancos financiam no máximo em 15 anos e isso geraria uma parcela de no mínimo 10 mil reais mensais, e o caixa da entidade não suportaria (se fosse em 30 anos, com parcelas de 5 mil, viabilizaria). Passando para segunda hipótese, fizemos 3 avaliações para uma possível venda do prédio e colhemos os seguintes valores: Imobiliária Samar R$1.200.000,00; Imobiliária Telesul R$900.000,00; Corretor Marcos R$1.300.000,00; Juarez Naves R$1.371.600,00, o que dá a média R$1.192.900,00. Pesquisamos também sobre o custo do metro quadrado para fazer o novo prédio com a construtora Rotev e encontramos o valor de R$3.400,00/m². Segundo o Sr. Tião Rogério, é possível chegar à R$3.000,00/m² se não houver sofisticação. Portanto temos que seria possível em tese, vender o prédio por R$1.192.900,00 e fazer uma nova sede de 300m² quadrados por R$900.000,00, restando em caixa R$292.900,00. Esse valor ficará disponível somente para ampliar essa nova sede posteriormente, sendo vedado seu uso para outros fins. A ideia é que no futuro a sede chegue a 600m², mas que comece com 300m². É importante ressaltar que essa Assembleia pode e deve discutir em profundidade essa proposta ou outras, se houver, e ao final votar pela venda ou não do prédio. Caso não tenhamos a presença de no mínimo 10% de associados, o Presidente não colocará o assunto em votação. Cabe dizer que a autorização de venda seria dada com a condicionante da doação pelo terreno pela Prefeitura. É importante ainda dizer que a diretoria analisará o terreno e suas condições para ver se é de interesse e se valerá a pena receber essa doação. Entretanto, com a autorização da Assembleia, o Prefeito fica ciente de que há um fiel propósito para construir a nova sede da Aciv, e que os esforços não serão em vão. Passamos agora a palavra aos associados, para sua livre manifestação, na seguinte ordem: falarão primeiro os ex-presidentes, depois os sócios beneméritos, depois os associados. Tudo o que for falado será anotado em ata. Todas as sugestões serão bem-vindas. Obrigado pela atenção!!!” 

Os ex-presidentes da ACIV, Michael Bu Karin (2005/2006), Leonardo Ciacci (2004), Wagner de Brito Pio (1990/1993 – 1996/1997) e Aureliano Zanon Alves (2013) e o decano (membro mais antigo da instituição) e 2º diretor tesoureiro, Juarez Foresti, se manifestaram contra a venda do prédio, por sua localização central e principalmente por sua história de quase 100 anos, mas não descaram a possibilidade futura de uma melhora na sede ou aquisição de uma nova área. 

Segundo Anderson, a ideia da nova sede foi do vice-presidente da ACIV, João Maiolini, que não quis se pronunciar na oportunidade. “A reunião foi extremamente produtiva e fiquei muito feliz da presença dos sócios beneméritos, ex-presidentes, associados e da casa cheia, porque nós tivemos aqui o sentimento do nosso associado. Não poderíamos continuar com o processo de pedido do terreno para o prefeito sem ouvir os associados. E eles preferem que fiquemos aqui na mesma casa, e quando pudermos, vamos reformar e ampliar. Com esse sentimento, agora podemos ligar para o prefeito e dizer que não precisamos do terreno, pois vamos ficar por aqui mesmo”, ressaltou. 

Ainda de acordo com Anderson, a ideia foi boa e produtiva. “Nós precisávamos pegar e transformar isso em uma ideia maior, ouvindo os associados na assembleia. Fiquei muito feliz com a decisão, pois isso consolida a nossa gestão democrática e transparente”, concluiu. 

Na última sexta-feira (24/02), o diretor de Patrimônio da ACIV, André Yuki; a diretora de Marketing e Comunicação Social da ACIV, Elisete Ribeiro; o diretor de Desenvolvimento Agropecuário e de Serviços da ACIV, Ari Medina; o 2º diretor tesoureiro da ACIV, Juarez Foresti; o 2º diretor secretário da ACIV, Edilson Rabelo e a diretora de SPC da ACIV, Andreise Rejane, protocolaram um ofício pedindo o cancelamento da assembleia geral extraordinária, pois não foram apresentadas a área adquirida pelo poder público, três laudos de avaliações técnicas da sede por profissional qualificado, projetos arquitetônicos e financeiros para a construção da nova sede. De acordo com André Yuki, que sempre foi a favor da aquisição da nova sede com melhorias, inovações e modernizações, o prédio contém uma grande história que não deve ser apagada. “Mesmo a ACIV contendo projetos de ampliação, construção de estacionamento, auditório, salas de eventos, entre outros, ela não deve se desfazer da sua sede histórica central”, afirmou.

Elisete Ribeiro concorda que tudo deve ser feito de acordo com o estatuto e a aprovação dos associados. “A ACIV é a casa dos associados e o interesse deles tem que prevalecer em qualquer tipo de tomada de decisão”, ressaltou. 

Alguns associados, que não quiseram se identificar, informaram que “nestes tempos difíceis sé melhor não mudar nada. Dê mais atenção aos associados e ao comércio do que à nova sede”; “minha opinião é que não é ano para investir, pois não sabemos o que vai dar este governo”; “a nova sede é loucura, tudo muito estranho”. 

A proprietária da Imobiliária Suzana, Sueli Machado, informou que recebeu a solicitação da ACIV para fazer a avaliação do imóvel, mas se recusou pois requer um grande estudo detalhado, ainda mais por ser um prédio histórico. “Daqui há 10, 15 anos, o centro de Varginha não será tão valorizado, pois hoje em dia ele já possui diversos imóveis que demoram para serem alugados. Os clientes buscam por comodidade: estacionar na porta do estabelecimento que precisam entrar.  Depois que saí do Centro, o número de pessoas que visitam a imobiliária aumentaram, devido à essa comodidade. Se a associação sair do Centro agora, não será o certo, pois o comércio cairá”, concluiu. 

Fonte: Ana Luísa Alves, assessora de imprensa