O homem é de dupla personalidade. O tempo é seu companheiro, tanto que é no tempo que as variações de comportamento se manifestam.
Meio dia, é onde a realidade chega ao ápice e a racionalidade humana, impregnada na lógica vivencial, acomoda bravura do sol latente.
Recomeçar o dia é bem mais difícil do que começar. Tudo ao meio é metade, até a vida dilacera ante a utopia e a verdade.
É nesta hora, que o homem se mobiliza em direção ao vale do desânimo, vendo da superfície o mundo na montanha do incômodo de uma realidade crucificada.
Meio dia, é alegria na senzala e tristeza no espaço sideral, é o homem nu banhado no lago da luta; é círculo se abrindo, para as turbulências existenciais; é o sonho camuflado no recôndito mais profundo da caverna humana.
Meio dia, pode ser ainda, o homem entre a vida que se segue e a morte que se espera; é o caminhar soberbo do pragmático em direção ao sucesso, é o tormento da personalidade noturna e a alegria diurna.
Meio dia, sempre será, a vida despedaçada entre vários fragmentos da racionalidade humana, a estrela solar golpeando a realidade, em velocidade feroz; o furacão da vida nesta funesta epopéia de conflitos.
O homem, do meio dia, é unívoco e só acredita na realidade; esquecendo o lado ameno da existência que se apresenta tosco no agir. Ainda bem que existe o lado noturno, mais humano, onde o homem se torna polido e a realidade solar cede para a fantasia lunar, estas observações, por certo, as fiz em outro horário, não era meio dia.
JUAREZ ALVARENGA
COQUEIRAL-MG
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