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Offcine, maior festival de cinema independente do Brasil, estréia na TV

Atriz Marina Azze concedeu entrevista exclusiva ao CSul

Redação CSul – Ana Luísa Alves / Fotos: Iago Almeida/CSul

A partir desta semana, o Cinemaz, programetes sobre a programação do Offcine, vão invadir a programação da TV Cultura, da Rede Minas, apresentando os filmes exibidos, curiosidades da mostra e bate-papo com os diretores. Todas as quintas-feiras, as apresentadoras Marina Azze e Vitória Raciane tamém estarão no Jornal Cidade, na TV Princesa de Varginha, trazendo mais informações do festival.

O Offcine, além de trazer oficinas cinematográficas gratuitas, que passa por todas as etapas da realização de um filme (interpretação, roteiro, produção, direção, edição e montagem, direção de arte e pós-produção), realiza a maior mostra de cinema independente do país. São mais de 50 prêmios nas seguintes categorias: curta, média, longa, doc e regional.

Filmes de todo o Brasil participam da mostra. Serão exibidos 57 filmes durante a primeira semana de dezembro deste ano, no Centro Cultural LOKOMOTV, próximo à Praça da Estação, em Varginha.

A mostra traz um sistema único de votação, onde os diretores das obras inscritas só podem participar se votarem em categorias concorrentes. A votação é aberta e todos terão acesso às notas, garantindo a idoneidade das votações.

Participam também do júri, a Academia Independente de Cinema (AIC), formada por membros vencedores do Offcine da edição anterior. Quem venceu, se inscreveu no júri deste ano e já estão votando de forma online nos filmes. As notas só serão reveladas no dia da premiação, em 07 de dezembro, durante uma grande festa para o cinema independente, no Theatro Capitólio.

Quem levar o Troféu do Offcine é escolhido não só por todos os diretores participantes da mostra, como também pelos profissionais premiados na edição anterior, como artistas renomados e premiados, que já marcaram seus nomes na história do cinema independente nacional.

Para quem tiver ansioso para saber a programação, é só ficar de olho na programação da Rede Minas e TV Princesa, pois o programa Cinemaz irá revelar tudo.

O programa é uma realização da MAZ, com direção de Lucas Marques. Uma oportunidade maravilhosa de divulgação do Offcine, festival que marca Varginha como um ponto fortíssimo da sétima arte, sendo um projeto apoiado pela Lei Municipal de Incentivo a Cultura.

Entrevista ao CSul

Na última quinta-feira (3), uma equipe do CSul esteve no escritório de Marina Azze para enfatizar a importância dos projetos que a atriz realiza na cidade.

Segundo Marina, já foram 29 prêmios de melhor atriz. “É uma coisa que gosto muito de falar, pois minha vida mudou muito de uns cinco anos pra cá, porque até então só ralava e não conseguia entrar em festivais. De repente as portas se abriram, pois entramos em um festival, que acabou indicando para outros, começamos, a saber, onde estão as inscrições, freqüentando os festivais e fazendo mais filmes, porque um diretor vê você ganhando prêmios, gosta do seu trabalho e te chama para trabalhar junto. Estou fazendo filme sem parar, já são mais de 20”, disse em entrevista exclusiva ao CSul.

Alguns filmes ainda não foram lançados e devido a isso, não entraram nos festivais, mas a atriz disse estar com muita sorte sobre as premiações futuras.

Atualmente, são cerca de cem alunos por ano na agência, que já soma 13 anos, oferecendo as aulas gratuitas em Varginha. A maioria é social, com bolsa e até mesmo modelos que já foram até para o São Paulo Fashion Week. Para fazer os filmes, nem sempre a agência recebe ajuda, mas quanto mais se ganha prêmios, mais apoiadores surgem. Para Marina, “não é um sonho de uma menina do interior, sou uma atriz que está trabalhando muito para mudar a realidade”.

Ainda de acordo com Marina, foram 13 anos de investimento, para começarmos a colher os frutos em 2018 e 2019.

Questionada sobre qual foi a personagem mais desafiadora que Marina fez até agora, a atriz ressaltou que todas foram muito difíceis. “Nunca fiz uma namoradinha, bonitinha, romântica. Eles sempre me dão papéis sofridos, com mais drama. É o tipo de trabalho que mais gosto, mas dá mais trabalho, porém com mais glamour nos festivais. Os mais difíceis foram a Laura, pois tinha preconceito com a psicose, não entendia, achava que era frescura, porque sou muito feliz e pra entender a depressão foi um passo muito importante pra mim como pessoa, pra quebrar esse preconceito infantil até, que hoje respeito muito e vejo como é difícil. A Antônia, um longa metragem de época, também foi difícil, pois ela foi estuprada e convive com a filha do estupro, uma relação com a mãe muito difícil. A mãe do filme é minha mãe de verdade, então foi muito difícil, porque eu brigava com ela e em uma personagem tão densa, minha mãe não tinha fala, não tinha nada, mas ganhei muitos prêmios. Esse ano, fiz um filme muito difícil também, que será lançado ano que vem, onde interpreto uma cega, mas é uma expectativa para 2020. O filme, gravado no Espírito Santo, chama ‘Entreolhares’, do diretor Ivann Willig”.

Sobre o apoio da família, “minha mãe ama muito o que faço, trabalha comigo na associação e sempre vai nos festivais comigo. Desde nova ela sempre esteve sempre comigo. Já meu pai não queria que eu fosse atriz, queria uma carreira mais segura, menos exposta e até hoje ele nunca viu um filme meu, ele não quer me ver sofrer nos dramas que faço (kkkk)”.

A atriz se profissionalizou aos 19 anos, mas começou sua carreira desde criança no teatro e dança. “Fiz faculdade de artes cênicas no RJ, fiz novela, mas ainda não tinha achado o meu babado. Quando apareceu o cinema na minha vida, foi aquela coisa ‘nossa, troco qualquer coisa por isso’. Conheci o Lucas Marques, um diretor do RJ, que é o responsável pela maioria dos meus trabalhos e agora somos sócios. Viramos parceiros e é um cara que devo toda a minha vida cinematográfica”.

Além de atriz, Marina é produtora e diretora. Questionada sobre fazer um projeto voltado para Varginha, ela ressaltou que “todos os filmes, projetos e meu enredo são aqui. Sempre coloco Varginha em primeiro lugar, pois posso trabalhar com um diretor e atores de fora, mas sempre os tragos para cá. Varginha hoje é um centro cinematográfico. Conseguimos mudar a realidade daqui”.

Finalizando, Marina deu um recado para as crianças que sempre sonham em ser atrizes: “a vida não é feita de sonhos. Quer ser atriz de verdade? Estuda e corre atrás. Se você for boa, oportunidades vão surgir. Não dá pra ser boa atriz com o coração ruim, pois não tem haver com a arte. Antes de ser atriz é necessário ser artista e pra ser artista tem que olhar pra dentro, para as pessoas”, finalizou.

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