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Comércio reabrirá gradualmente na próxima segunda-feira

Reabertura acontecerá 30 dias após fechamento, no último dia 20 de março

Redação CSul – Iago Almeida / Foto: Guilherme Campos/CSul

Um mês após o decreto nº 9.751/2020 que suspendeu as atividades dos estabelecimentos comerciais, de rua e do Shopping, o prefeito Vérdi Melo anunciou que a reabertura acontecerá na próxima segunda-feira (20).  Um novo decreto está sendo editado para permitir que o comércio volte a funcionar de forma gradual e com uma série de medidas de segurança a serem cumpridas pelos comerciantes.

Os detalhes da reabertura foram debatidos em reunião no último sábado (11) entre o prefeito Vérdi Melo com médicos e empresários, que levou em conta questões de saúde e economia da população. “Procuramos reunir pessoas de vários setores para unificarmos nossas ações de forma a flexibilizarmos a abertura do comércio”, explicou o prefeito Vérdi.

A Prefeitura informou que após apresentados todos os argumentos, os comerciantes, no geral, concordaram com a abertura gradual, restritiva e educativa  do comércio, havendo bom senso entre todos. “Por parte da prefeitura ficou acertada uma campanha de conscientização da população dos cuidados a serem adotados a fim de se evitar o aumento do número de casos do Covid-19 em Varginha tais como o uso de máscaras, manter o isolamento social e, em caso de precisar sair, ao pegar filas manter distanciamento, evitar aglomerações e redobrar os cuidados com os idosos”, informou.

Medidas obrigatórias

– Fornecimento de máscaras para os colaboradores;
– Organização dos postos de trabalhado, mantendo distância se 2 metros dos colaboradores e eventuais filas de clientes;
– Fornecimento de local com água e sabão para a higienização das mãos e manter álcool gel à disposição para clientes e colaboradores;
– Higienização de maquininhas de cartão, carrinhos, telefones, mesas e bancadas;
– Manter ao menos uma janela ou porta para ventilação;
– Evitar qualquer tipo de aglomeração;
– Priorizar o atendimento online e entrega em domicílio;
– Deverão ficar em casa colaboradores do grupo de risco (acima de 60 anos) ou que estejam com sintomas de resfriado;

Segundo Vérdi, a abertura do comércio está condicionada ao maior engajamento por parte da população aos cuidados a serem adotados em relação ao Coronavírus. “O que a gente percebe é a ausência da ciência da importância do isolamento social, com muitas pessoas nas ruas, a ausência de máscaras e outros equipamentos de proteção individual e acúmulo de pessoas em filas e em praças da cidade.  Precisamos dividir com a população a necessidade de se cumprir metas, para que ocorra a retomada da normalização das atividades”, explicou.

“Se cada um fizer sua parte, o comércio permanecerá em atividade, os impactos econômicos serão menores e vidas preservadas”, informou a Prefeitura.

Segundo o presidente da ACIV, Anderson de Souza Martins, “apoiamos o prefeito municipal em sua decisão de reabrir o comércio. A ACIV é uma entidade que representa o comércio de Varginha e tem como obrigação defender o interesse de seus mais de 700 associados. Os empregadores deverão oferecer aos seus empregados os equipamentos de proteção individual para que eles possam trabalhar com segurança”, disse.

“agora cabe a cada comerciante seguir as regras e orientações de prevenção, pois estamos lidando com a vida das pessoas”, completou o vice-presidente da Aciv, João Maiolini.

“Nesse momento cada comerciante que abrir sua loja terá que ter consciência da responsabilidade que está em suas mãos. O empresário terá que ficar atento em manter a saúde de seus colaboradores e clientes, fornecendo todos os materiais necessários para que eles possam trabalhar com segurança”, comentou o diretor da ACIV, Wantuir Bonfim.

https://www.facebook.com/prefeituravarginha/videos/227091908362297/

Decretos

Situação de Emergência (decreto nº 9.738/2020)

No dia 18 de março, quarta-feira, Varginha se encontrava com 14 casos suspeitos de coronavírus e decretou situação de emergência em saúde pública por um período de seis meses. O Estado já havia decretado situação de emergência na sexta-feira (13 de março), tendo 14 casos confirmados na ocasião.

Quando o prefeito em exercício na época, Vérdi Melo, assinou o decreto, a cidade já havia cancelado todos os eventos que resultam em aglomeração de pessoas. As aulas da rede municipal estavam suspensas até ao menos o dia 19 de abril. Os parques e zoológicos fechados. Os servidores públicos no geral iriam trabalhar com equipamentos de segurança e os que têm mais de 60 anos poderiam trabalhar de casa.

Comércio Fechado (nº 9.751/2020)

Desde o último dia 20 de março, o comércio de Varginha se mantém fechado devido à um decreto assinado por Vérdi Melo, prefeito em exercício na ocasião, como medida contra o coronavírus. A Prefeitura comunicou que estaria tomando a medida, mas que entendi que “os comerciantes precisam do `ganha pão`, assim como os autônomos e outras tantas categorias, porém não tem como não decidir pela suspensão do funcionamento do comércio porque a situação do coronavírus é alarmante; a decisão é em caráter irrevogável”.

Estavam excluídos do decreto os serviços essenciais como farmácias, supermercados e padarias. Os hotéis continuaram funcionando e bares e restaurantes também foram fechados, mas o serviço de entrega (delivery) destes está autorizado. A Prefeitura anunciou ainda que quem abrisse o estabelecimento a partir daquele sábado (20 de março), indo contra o decreto, teria o alvará de funcionamento suspenso e receberia multa.

Após alguns dias, Varginha registrava 20 casos suspeitos de coronavírus dia 28 de março, dentre eles duas mulheres estavam internadas com quadro estável.

Após pressão dos comerciantes, Vérdi manteve decreto (continuação do decreto nº 9.751/2020)

Após a primeira semana do decreto, comerciantes de Varginha começaram a pedir a revogação da decisão, para voltarem ao trabalho, entendendo seguir algumas restrições.

Na quinta-feira (26 de março), um oficio foi enviado à Prefeitura pedindo a reabertura do comércio após reunião entre o presidente da ACIV, Anderson de Souza Martins, a presidente do Sindcomerciários, Cibele Oliveira, o presidente do SINDVAR, Aureliano Zanon Alves, o presidente do SEHAV, André Yuki e o gerente de vendas do Via Café Garden Shopping, Leonardo Andrade.

Outra reunião tensa foi realizada na manhã de 30 de março, uma segunda-feira, onde Vérdi Melo ouviu a preocupação dos lojistas, que temiam uma recessão pós-isolamento, mas manteve o decreto assinado por ele no dia 20 de março.

Prefeitura, vereadores, Associação Médica, diretores de hospitais, enfermeiros, sindicatos e Guarda Civil Municipal participaram da reunião / Ascom Prefeitura

O prefeito em exercício disse que ouviu os apelos dos médicos que, segundo ele, deixaram claro que a semana seria o pico da disseminação. “Por esse motivo, todos nós que estávamos presentes na reunião fomos unânimes em dizer que o nosso decreto será mantido até o próximo sábado a favor da vida das pessoas. Portanto, eu quero dizer aos comerciantes e empresários, que esta é uma decisão para preservar vidas. Eu também sou empresário e estou sofrendo na pele o que você está sofrendo, mas eu não tenho outra alternativa a não ser manter a nossa decisão até sábado”. 

No dia (30 de março), a cidade registrava 59 casos suspeitos de Coronavírus, segundo a Comissão de Prevenção, Controle e Enfrentamento do Coronavírus. Onze pessoas estavam internadas e dois óbitos sob investigação.

Antônio Silva decidiu revogar decreto e abrir comércio (nº 9.769/2020)

Na última sexta-feira (3), após pressão dos comerciantes que realizaram carreatas pedindo a reabertura, o prefeito Antônio Silva, que havia retornado após férias, decidiu voltar com o comércio na cidade, parcialmente. Em suas palavras, o prefeito disse achar “que a nossa notícia é muito boa, porque libera grande parte dos nossos estabelecimentos comerciais, que terão agora liberdade de retornar agora suas atividades”.

Após o novo decreto, anunciado pela Prefeitura, a Associação Médica de Varginha (AMV) e o Sindicato dos Médicos (SINMED) divulgaram nota se posicionando contra a reabertura. Segundo a nota, os médicos não foram consultados pela administração municipal para a elaboração do decreto. “A decisão de revogar decreto é única e exclusiva da autoridade municipal, cabendo as entidades de classe médicas emitir pareceres e opiniões, sendo que neste caso específico, os representantes médicos não foram consultados, assim tal autorização de liberação do comércio é de inteira responsabilidade da Prefeitura Municipal de Varginha”, acrescentou.

Mário Borges / Varginha Online / Arquivo

No mesmo dia do novo decreto assinado pelo prefeito, mais cedo, a cidade havia registrado os primeiros casos do Covid-19. Quatro pacientes testaram positivo com idades de 19, 52, 62 e 74 anos e outras 15 pessoas estavam internadas com suspeita da doença. “É nítido a incoerência do decreto da Administração Municipal com a Secretaria Municipal de Saúde no mesmo dia em que se divulga os três primeiros casos da pandemia no município e que já apresenta indicadores de crescimento a curto e médio prazos”, indicou a AMV.

A Prefeitura respondeu à AMV, em nota, dizendo que “importante registrar que o município segue normativas Federais e Estaduais, agindo rigorosamente dentro dos limites legais, além do que não é verdade que faltam investimentos na área de saúde, já que os equipamentos existem e outros tantos estão sendo adquiridos, havendo recursos para tanto no Município, que mantém gestão austera e, por isso mesmo, está em condições, ao contrário de diversas outras cidades, de responder a esse momento de crise”, explicou a nota.

O Ministério Publico de Minas Gerais, por meio de um oficio encaminhado ao prefeito Antônio Silva, sugeriu a revogação do decreto que autorizava a volta do comércio. A informação foi divulgada pelo Blog do Madeira. O documento assinado pelos promotores Dr. Paulo Henrique Senra Carneiro Barbosa e Dra. Eliane Maria de Oliveira Claro, pedia uma resposta em até 24 horas. Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, até às 18h50 deste sábado (4), o prefeito ainda não tinha recebido o documento.

Em suas redes sociais, o prefeito rebateu as críticas recebidas por conta da assinatura do último decreto. “Quero dizer às amigas e amigos aqui do Face que a decisão de permitir a reabertura de alguns estabelecimentos comerciais, com restrições, está em sintonia com as normas tanto federais e principalmente as estaduais, mas acima de tudo com as minhas convicções. Repúdio, com veemência, qualquer tentativa de transformar essa decisão em pretexto para justificar um possível, porque não dizer inevitável, crescimento dos casos de contaminação. As pessoas estão nos ônibus, supermercados, farmácias, padarias, mercearias, bancos, postos de gasolina, praças, em especial a da CEMIG na Vila Paiva, hospitais, órgãos públicos e empresas, algumas com centenas de funcionários, em permanente contato, umas com as outras. Também, não compartilho do argumento de que o comércio, em nossa cidade, seria o vilão da pandemia do corona vírus – COVID 19”, postou.

https://www.facebook.com/silvajur/posts/1925941277543602

Antônio Silva volta atrás e mantém comércio fechado (nº 9.770/2020)

Depois de confirmar que o comércio reabriria nesta segunda-feira (6), o prefeito Antônio Silva voltou atrás e decidiu revogar o último decreto assinado por ele que permitiria a abertura das lojas. Em nota divulgada na noite deste domingo (5), a Prefeitura informou que considerou as recomendações do Ministério Público e as manifestações realizadas e “que  editou  o  Decreto  nº 9.770/2020,  o  qual  REVOGOU  integralmente  o  Decreto  nº 9.769/2020,  motivo  pelo  qual  o  comércio  de  Varginha permanecerá  fechado,  não  estando  autorizada  a  abertura nesta  segunda-feira,  dia  06/04/2020″.

Antônio Silva renuncia e Vérdi assume prefeitura

Após o embate sobre a reabertura do comércio, Antônio Silva, até então prefeito do município, acabou renunciando ao cargo na segunda-feira (6), um dia após revogar o decreto acima. Vérdi Melo foi empossado como novo prefeito no dia seguinte, na terça-feira (7).

Vérdi estava a frente dos projetos do Executivo, contra o Coronavírus, desde o início do mês de março. Na ocasião, quando se iniciava a pandemia, Antônio Silva estava de férias e quando retornou, acabou renunciando na mesma semana.

Iago Almeida/CSul

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