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Artigo de Juarez Alvarenga: Nosso Lar, Nosso Castelo

Texto desenvolvido pelo escritor e advogado Juarez Alvarenga

Foto: CSul

De manhã abandonamos nosso lar para trabalhar. Revigorado, à tarde voltamos para ele como um passarinho para seu ninho.

Nosso lar é um lugar de paraíso terreno nas circunstâncias do mundo moderno. Sua ausência nos trás saudade como sua presença nos faz colocar a vida no esquadro de uma estrutura firme.

Nosso lar é nosso ponto de apoio dentro das veredas despossuídas de um raio nublado.

O mundo cá fora está um manicômio. Enfrentá-los é uma questão de sobrevivência humana. Mas o retorno ao lar é como um divã libertado das neuroses contemporâneas.

Precisamos de intimidade, mas do que verdades explicitas. Nossas fraquezas desarmadas nos levam ao fomento de um coquetel forte, capaz de nos fortalecemos para o enfrentamento de fabricar um super- homem interior, encobrindo todas as fragilidades humanas que precisa sair do anonimato para deixar de existirem.

Nosso lar é nosso castelo dentro deles construímos sonhos, dividimos metas e preparamos as flechas para ser lançadas no mundo cá fora.

Precisamos de afetividade mais do que verdade explicitas ou conquistas pessoais.

O homem moderno está sendo empurrado para dentro com seus conflitos e delírios diários sem poder de reação de sua libertação.

O homem de a rua dar sinais de fim de ciclos. Amedrontado, intimidado e desmotivado busca cada vez mais refugio no próprio lar.

Nele é gostoso ir ao nosso banheiro e limpar o corpo como se estivesse jogando uma jogada fatal no mundo dos negócios.

Ir à meia noite a cozinha e beber um TODDY enquanto a cidade, dormindo, anestesia os problemas vivenciais.

Chegar ao quarto, pegar a coberta predileta e dormir os sonos quentes que esquenta a alma e liberte o espírito.

Nosso lar é nosso castelo, é hemodiálise que fazemos diariamente para nos fortalecer das guerras cegas, apelo à riqueza, pois para o homem contemporâneo a única receita é afetividade, e substituir a rusticidade da racionalidade em que o homem de hoje assume como se fosse solução para tudo.

Precisamos se abrir mais, invadir o espaço alheio e nele inserir nossas fragilidades humanas, pois somente expostas poderão ser eliminadas.

*O CSul não necessariamente compartilha das mesmas ideias.