Nos ciclos históricos vividos pelo homem, parece-nos que o problema do trabalho no começo deste século, é predominantemente importante.
Fase parecida aconteceu no século XVIII, com o surgimento do industrialismo e o avanço técnico. Trazendo para os centros urbanos a massa amorfa trabalhista. Despreparada, porém, numerosas os trabalhadores sentiram que tinham fôlego para enfrentar a intolerância de empregador. Guiado pelos instintos, a classe operária, manteve inerte no desenrolar do século XVIII. Com o racionalíssimo intelectualizado dos pensadores do porte de Marx, a classe obreira , toma novos rumos. Agora não existia apenas o instinto de classe, porém a inteligência a favor das classes trabalhistas.
Necessitada e intelectualizada, surge o proletariado da era moderna, nascendo então o socialismo, derivado da robustez operária e da catequese do trabalhador. Primeiramente romântico e fantasmagórico, posteriormente científico e racionalizado,porém falho
O assoberbamento da burguesia é fragilizada pela elevação intelectual dos operários.
Numerosas e arrogantes, passam a ter sucesso nas suas reivindicações.
Chega o século XXI, o trabalho passa a ser a vedete de sociólogos, economistas, juristas, filósofos e legalistas. Surge então, o sindicalismo, primeiramente proscrito, depois tolerado e finalmente legalizado pelo estado. Na década de trinta, com o totalitarismo em evidência, principalmente na Itália, o sindicato é controlado pelo estado. No Brasil, a era Vargas é influenciada pelo fascismo italiano e cria a CLT. Leis exauridas pelos movimentos sociais, trouxeram sinteticamente o espírito da época. A CLT é o coroamento de anos de desejos reprimidos. Sem os entraves de Leis feitas pelo Congresso, a CLT é outorgada por Vargas, porém legitimadas pela vontade da maioria da classe obreira. Vem a revolução de 64, semi totalitária, interfere no sindicato. Este passa a ser controlado pelo feticismo legalistas intervencionista. Como a estabilidade trás em si o germe da decadência, a revolução cai e o espírito democrático toma conta do Brasil.Com a Constituição de 88, os direitos sociais execrado no passado chega no ápice.
Agora com a globalização da economia, com o automatismo do trabalho, as relações entre empregador e empregado passam por novas e profundas crises. Desemprego em massa, faz o trabalhador lutar pela conservação no emprego e as reivindicações salariais são contaminadas pelo vírus do insucesso. Estamos no século XXI, e as relações trabalhistas serão o grande problema do século vindouro. Com sindicatos fortes, porém factualmente perdido o trabalhador do século XXI será estereotipado pela fragilidade.
O desequilíbrio entre empregador e empregado, retorna ao século XVIII. Chegamos a conclusão do reacionarismo na relação de trabalho. Conquistas efêmeras do trabalhador não foram suficientes para sedimentar as suas vitórias.
O século XXI, com toda revolução tecnológica, será sem dúvida, o século das elites econômicas. Apesar da democracia jurídica, o trabalhador assobrado pelo ressurgimento do liberalismo clássico, perderá nos confins deste século existindo apenas mobilidade de indivíduos isoladamente e nunca melhora substancial de classe.
Juarez Alvarenga
Advogado e escritor
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Coqueiral-MG