Redação CSul-Karen Emanuelle
Marcelo Nascimento fala sobre a importância do cinema na cultura nacional
Nesta sexta-feira (19), é comemorado o “Dia do Cinema Brasileiro”, a data é celebrada anualmente, homenageando as sete formas de arte. O cinema está presente em todas as culturas, através dele conhecemos galaxias diferentes e personagens que mudam nossas vidas.
Para celebrar a data, o CSul entrevistou a renomada atriz varginhense Marina Azze e o fascinante, escritor e ator, Marcelo Nascimento. Os entrevistados relataram a importância do cinema na sociedade e ainda deixaram dicas para quem quer fazer dos palcos e telas uma carreira.
A varginhense Marina Azze já participou de diversas produções, seus longas já participaram de grandes festivais regionais e nacionais. Para a atriz o cinema não é um estilo de vida, mas sim a própria vida.
“Cinema pra mim é ar! Sem ele é como se a vida não fizesse sentido. Parece exagero?! Eu entendo. Mas, pra quem ama a arte, não tem como não se apaixonar”. disse.
A varginhense seguiu exaltando a importância do cinema na sociedade. ” É considerado a sétima arte. A união de todas as artes. No cinema, a pintura, a musica, a dança, a escultura, a arquitetura e a poesia se fundem com o objetivo de contar uma história. Cinema é poder ver o mundo de diferentes formas. A chance de abrir mão de nós mesmos pra com empatia, reconhecer o mundo e reconhecer-se no mundo. Importante na minha vida, como profissional de, importante na vida de todos, como ferramenta de catarse, de transmissão de sensações, cultura, história, conhecimentos…”
A cultura foi um dos setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, Marina relatou as dificuldades e os impactos no setor. “Vários Festivais foram cancelados, muitos adiados. Você imagina, até o Oscar foi adiado pra abril do ano que vem. Uma tristeza pra indústria. Produções estão estacionadas sem previsão de retorno”. explicou.
Para a varginhense, imaginar o cinema sem a reunião de pessoas é difícil. “No fazer, porque emprega milhares de pessoas que precisam se aproximar pra produzir, e no resultado. Porque não há com, acontecer a magia cinematográfica que acontece durante a exibição dos filmes, sem a deliciosa caixa petra e telona branca que cerca o público”.
Marina ressalta que nada se comparar a experiência de ver um filme dentro de uma sala de cinema. “Assistir filmes através do streaming é um caminho… É, mas, não substitui a magia única da experiencia de ver um filme numa sala de cinema.”
A varginhense também disse ao CSul, que a pandemia afetou alguns de seus projetos. “Esse era um ano importante pra mim, pro cinema de Varginha em Especial, programamos lançamentos de novos festivais, filmes, e estávamos com varias produções acontecendo… Que tiveram que parar”.
Questionada sobre o que fará quando isso tudo passar, Marina não pensou duas vezes, retomar os projetos e garantir que a arte continue na região. “Aglomerar todo mundo diante da tela branca, retomar as produções e principalmente: abraçar e beijar todos os artistas incríveis que já trabalhei e que to morrendo de saudade”.
A atrista também deixou alguns conselhos para quem quer seguir carreira no cinema.” Estudar, Estudar e Estudar!!!! “Ah Marina Azze, mas não tem escolas de cinema na minha cidade, se for em Varginha, tem sim… Só me procurar”, brincou.
“ Se não há escola de cinema na sua cidade? Estudem cinco vezes mais! Assista todos os filmes possíveis, e anote os nomes dos envolvidos, pesquise sobre cada um. Estude sobre montagem, direção, roteiros, fotografia, tudo relacionado a obra. Tem muita informação gratuita na internet. Use ela a seu favor! Há vários livros importantes do Cinema também. Esteja acompanhando o que acontece no cinema brasileiro, no cinema mundial”, aconselhou.
Marina também disse que os amantes do cinema devem procurar se inteirar dos cursos feitos pelas estrelas. ” Muitos dão palestras e aulas maravilhosas, que na pandemia estão a disposição online. Os segredos do cinema são todos revelados!!!! Mas, tem que AMAR e ESTUDAR. Alias, o AMOR é o mais importante. Tudo que amamos, cuidamos em exagero.”
Escritor, cineasta, ator e diretor, Marcelo Nascimento também declarou seu amor pela sétima arte. ” A importância do cinema brasileiro é de um valor incalculável, por que o cinema é a identidade do seu povo, além disso conta a história do seu país, então desde do nascimento do cinema em 1895, de lá pra cá no mundo inteiro as histórias de cada povo foi contada nas telas, a alegria, tristeza, dramaturgia, além de quantas obras de livros foram adaptadas para o cinema no Brasil, os próprios escritores brasileiros já foi transformando em história de cinema, o país que não valoriza o cinema, a sétima arte ele perde sua identidade”, concluiu.
O cinema não é mais o mesmo, roteiros, cenários, figurino e até a trilha sonora tem uma nova identidade. “O Brasil teve um grande avanço no cinema brasileiro nos últimos tempos, porém as obras brasileiras sempre foram de grande valor embora o Brasil nunca tenha ganhando um Oscar. Ele já foi premiado em grandes festivais de cinema pelo mundo inteiro, na época da Embrafilme ele realizou muitos filmes e agora nos últimos anos com a questão digital com a facilidade de fazer o cinema em qualquer localidade até mesmo com uma câmera de celular, isso é de suma importância, cada dia e ano que passa o cinema se torna mais acessível aos cineastra e aos novos admiradores que gostam da sétima arte”.
Para Marcelo, os cinemas locais precisam reconhecer as produções nacionais. “Tem muitos títulos para serem lançados nas telas, infelizmente o que falta no Brasil hoje, são as salas de cinema que exibam filmes brasileiros e reconhecença as grandes obras.”
Como dizia o cineasta brasileiro Gláuber Rocha ” Com uma câmera na mão e uma ideia boa na cabeça, faz muito sucesso”. O cinema, retrata a arte de amar, descobrir, ensinar, reaprender e sentir. Agora, estamos todos afastados daquela pequena poltrona que nos reúne com estranhos, onde choramos e gargalhamos juntos. Alguns entram de uma maneira e saem mudados, este é o poder da arte na vida do ser humano.