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Saúde de Varginha apoia SRS Pouso Alegre no monitoramento da febre amarela na região

Dos 50 municípios da macrorregião de Saúde Sul, 23 alcançaram a meta de cobertura vacinal, acima de 95%

Foto: Márcio Alberto da Silva

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha enviou um técnico de ações de campo para arboviroses para apoiar a Superintendência Regional de Saúde de Pouso Alegre em relação à necessidade de pesquisa de campo motivada pela ocorrência de óbito por febre amarela silvestre, em abril, de um morador de Águas de Lindóia, município do interior de São Paulo, com proximidade a Jacutinga e Bueno Brandão, no Sul de Minas.

Márcio Alberto da Silva, técnico de ações de campo para arboviroses da SRS Varginha, esteve em áreas rurais para pesquisa de vetores da febre amarela no período de 6 a 11/5. Juntamente com a referência técnica da SRS de Pouso Alegre, Giovani Adilson Grande, e técnicos municipais, Márcio Silva percorreu áreas rurais dos municípios de Jacutinga e Bueno Brandão. Foram coletadas amostras de vetores silvestres como os mosquitos do gênero Haemagogus, Sabethes, Aedes albopictus e outros.

“Foi necessária a investigação de epizootias (ocorrência da doença) e entomologia nesses municípios onde foram registradas mortes de primatas. Percorremos algumas áreas rurais já levantadas nos dois municípios, coletando vetores”, explica Márcio Silva. Ele informou também que, durante a pesquisa, o grupo se deparou com cerca de 30 sapajus nigritus, espécie conhecida como macaco prego, já bem adaptado com os humanos.

O superintendente da SRS Varginha, Luiz Paulo Riceputi Alcântara, destacou que o relevante trabalho de vigilância de epizootias em primatas não humanos, estabelecido por meio da ampla investigação em campo realizada pelos profissionais das Superintendências Regionais de Saúde de Pouso Alegre e Varginha, é uma ação primordial para redução da morbimortalidade da população. “O trabalho contribuiu ainda para elucidar a dimensão da atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) para além de sua responsabilidade assistencial, em sua competência de proteção da saúde dos cidadãos, antecipando-se a eventuais agravos que poderiam acometer os residentes de determinado território”.

As pesquisas foram intensificadas em áreas de mata, serra e nas proximidades de sítios e fazendas. “Além dos insetos, foram coletadas amostras de fragmentos de vísceras de um primata encontrado morto, do gênero callicebus, conhecido como guigó. Após análises, tivemos retorno do nível central da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que este animal teve confirmação para infecção por febre amarela silvestre”, detalha o técnico de ações de campo para arboviroses da SRS Varginha, Márcio Silva. Além das investigações, a referência técnica também realizou capacitação para técnicos municipais.

“Os primatas funcionam como sentinela para a febre amarela. Assim, a vigilância de mortes ou adoecimento destes animais é muito importante para a detecção precoce da circulação do vírus amarílico na região. A captura de vetores para análise completa a estratégia de vigilância”, argumenta a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS Varginha, Monique Borsato. Monique ainda enfatiza que a vacinação é a estratégia mais eficaz de prevenção da doença para os humanos.

É importante ressaltar que os macacos não transmitem a febre amarela, são contaminados pelo mosquito infectado, adoecem e podem morrer, assim como os humanos. Por isso, a morte de macacos é um sinalizador da presença do vírus na região.

Cobertura Vacinal
A referência técnica de imunização da SRS Varginha, Poliana Pereira, relata que, “neste ano, a cobertura vacinal contra febre amarela alcançada até o momento, na média dos 50 municípios abrangidos pela SRS Varginha, é de 83,93%. Ficando abaixo do estado de Minas Gerais, que alcançou, na média, 90,10%”.

O levantamento apurou que, na área da regional, o município com menor cobertura vacinal, em 2024, é Carmo da Cachoeira, com 3,23%. Enquanto o município com maior cobertura é Seritinga, com 400%.

Dos 50 municípios da macrorregião de Saúde Sul, 23 alcançaram a meta de cobertura vacinal, acima de 95%, sendo: Alagoa, Campanha, Carmo de Minas, Carrancas, Conceição do Rio Verde, Cristina, Dom Viçoso, Elói Mendes, Ijaci, Ilicínea, Itamonte, Jesuânia, Luminárias, Monsenhor Paulo, Nepomuceno, Passa Quatro, Ribeirão Vermelho, São Gonçalo do Sapucaí, São Sebastião do Rio Verde, São Thomé das Letras, Seritinga, Três Pontas e Virgínia.

Fonte: SES-MG