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Artigo de Juarez Alvarenga: Os Telefonemas de Domingo à Noite

Texto desenvolvido pelo escritor e advogado Juarez Alvarenga

Foto: CSul

O ser humano mostra sua vulnerabilidade perante a realidade quando a maioria dos brasileiros, no domingo a noite, telefona para seus parentes. Isto é um gesto humano de solidariedade como também uma carência efetiva e a necessidade de encontrar um aliado para o enfrentamento da concretitude na segunda feira.

No mundo atual, encontrar as pessoas desarmadas é como encontrar uma mulher bonita de camisola.

Todos estão atirando com motivo ou sem motivo.

Para enfrentar a arena da segunda-feira, só armando até os dentes.

Nós humanos somos permanentes guerreiros, com ou sem resultados. É natural que todo mundo lute, como também deveria ser natural que todos tenham resultados, mas isto é para poucos. Por isto é necessário saber jogar nossas pretensões no calor do fogo e transformar os sonhos em labaredas gigantescas capazes de iluminar nossas estradas de realizações.

A cumplicidade dentro da realidade é necessário e o despojamento integral.

A RACIONALIDADE HUMANA É NOMADE; À NOITE ,ELA ADORMECE, E DE DIA ACORDA COM VALENTIA E FAMINTA.

Somos nós, seres humanos, caçadores e presa. Aventuramos-nos nas matas virgens e perigosas deste grande e variadas floresta humana. Somos também presas; como diz o poeta que “ nós humanos só somos raptados pelo afeto”.

O desprendimento humano retratado pelos telefonemas de domingo à noite nos joga preparado para a entrada do sol na segunda.

Aprendi a guerrear mudando constantemente. Aumentar a velocidade e potencialidade das armas de acordo com a resistência dos adversários. E uma bala suave é o que mais acontece nas conversas dos parentes e amigos nas conversas noturnas de domingo à noite. Como, por exemplo, duas amigas, conversando e uma no ápice da crise matrimonial diz ser insuportável a manutenção do relacionamento dentro do cotidiano. Outra conversas bem provável é a crise no emprego. Hoje em dia sabemos que atmosfera no ambiente de trabalho está um verdadeiro manicômio. O problema não é o trabalho, mas a difícil arte do relacionamento.

O que vemos no mundo contemporâneo, com os telefonemas de domingo a noite, é um ser humano medroso, carente e inseguro. E estes três requisitos juntos podem desencadear uma crise existencial sem precedente.

Faça como eu, que, despojados para a vida e para segunda feira mudo constantemente de estratégias.

Passeio no fim de semana como também na segunda como turistas sem a permanência definitiva e nenhum deles. Obedeço às conveniências que a vida nos solicita.

Pensei até telefonar domingo à noite para o para um grande empresário de âmbito nacional e tenho certeza que desarmaria totalmente, pois apesar de extremamente vencedor conserva áurea de ser humano penetrável.

Hoje estou no time do grande empresário, porém se a segunda feira já foi cruel na atualidade é minha praia. Pois aprendi a nadar observando o procedimento do valente trabalhador vencedor, que, logicamente, se for perguntado porque sua praia é na segunda, ele responderá com consistência é que na segunda a realidade dá sobressaltos, e a maioria dos brasileiros, em vez de projetar sobre ela, é inteiramente sufocada, ficando permanentemente imobilizados. E tem mais: é na segunda em que as coisas reais desprendem dos sonhos e acontecem.

*O CSul não necessariamente compartilha das mesmas ideias.