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Hepatites Virais: Triângulo Mineiro amplia rede de testagem para 427 unidades de saúde

Rede de expansão estadual visa implantar a testagem rápida em todas as Unidades de Atenção Primária à Saúde dos municípios.

Foto: CSul.

Com o objetivo de ampliar o acesso da população à vacinação, diagnóstico precoce e tratamento das hepatites virais, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu em outubro, seminários para mais de 200 profissionais de saúde dos 54 municípios do Triângulo Mineiro.

Atualmente, há 427 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) na região, e uma das finalidades do plano de expansão iniciado em 2016, é que todas façam a testagem rápida para a detecção de hepatites B e C. A vacinação está disponível em todas as salas de vacina destas unidades, e até o fim de 2022, todos os municípios se comprometeram a ofertar a testagem rápida em todas as UAPS. A testagem requer equipe capacitada da assistência e articulada com a Vigilância em Saúde, Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e unidades dispensadoras de medicamentos (UDM) para o controle da doença.

Geraldo Scarabelli Vieira, referência técnica em Hepatites Virais da SES-MG, explica que o seminário faz um apanhado das hepatites virais, “desde a notificação e dados epidemiológicos, até diagnóstico e aspectos do tratamento que se encontram no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), incentivando por exemplo, que os pacientes já sejam encaminhados ao SAE ou Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), com diagnóstico realizado e exames em mãos”.

Para Denise Maciel, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba, as hepatites são doenças silenciosas, que muitas vezes passam despercebidas aos profissionais de saúde, “por isso é tão importante a testagem rápida e outros cuidados de proteção, como a vacinação (contra hepatite B), uso de preservativos, esterilização de instrumentais e uso de equipamentos de proteção individual, tanto em clínicas médicas e odontológicas, quanto em salões de beleza, manicures e outros, que fazem uso de materiais perfurocortantes”, completa.

O seminário permitiu que os profissionais de saúde enxergassem a completude das ações. “É preciso armazenar e aplicar corretamente o teste rápido, preencher corretamente a ficha de notificação, a assistência estar integrada com a vigilância no monitoramento e tratamento, fazer a busca ativa e rastreamento dos contatos e criar estratégias para ampliar a cobertura vacinal”, destacou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Uberlândia, Mariana Menezes de Rezende Costa.

O coordenador de Atenção Primária à Saúde do município de Iturama, Nei Júnior, afirma que a capacitação abriu um leque de ações de atenção, notificação, diagnóstico e confirmação da doença.

“Não deixar passar nenhum sintoma e intensificar a investigação do caso até seu devido fechamento, atentando para os sintomas clínicos, exames e histórico de contatos, são imprescindíveis no manejo da doença”, frisou Júnior.

O município do Prata possui uma rede estruturada de testagem rápida nas oito UAPS, e conforme a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Poliane Geralda Oliveira de Faria, o seminário contribuiu para rever processos de melhoria, intensificando a testagem e rápida e a melhoria do diagnóstico para iniciar o tratamento imediatamente.

Silvace Dias de Ávila, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Indianópolis, destacou que a testagem rápida iniciou no último trimestre nas três UPAS do município, houve o apoio estadual e o trabalho está sendo intensificado com as ações de mobilização social.

“Aproveitamos o Outubro Rosa e fizemos orientações na sala de espera das unidades e realizamos 152 testes rápidos, todos deram negativo. Tivemos orientação do estado quanto às capacitações online, presenciais e práticas”, finalizou Ávila.

Doença, testes rápidos e resultados reagentes

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Trata-se de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Em Minas Gerais, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C, mas existem também os tipos D e E.

O teste rápido é uma forma simples e acessível, através do SUS, de diagnosticar a doença. É feito por meio de punção digital, e o resultado fica pronto em cerca de 20 minutos.

Em 2022, as equipes municipais de saúde do Triângulo Mineiro testaram 30.515 pacientes para hepatite B, sendo que 36 exames deram reagentes. Os testes rápidos para detectar hepatite C foram aplicados em 28.104 pessoas, sendo 219 resultados positivos. Os dados do ano são parciais, até setembro, e estão sujeitos a revisão e alteração.

Vacinação e tratamento

A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. A vacina da Hepatite B está disponível no SUS para toda a população independente da faixa etária, já a vacina da Hepatite A está disponível para crianças a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Depois de receber, da forma recomendada, todo o esquema vacinal, a pessoa fica imunizada pelo resto da vida.

A hepatite C tem cura em mais de 95% dos casos quando o tratamento, disponível pelo SUS, é seguido corretamente. A hepatite B também tem tratamento disponível e pode ser controlada, evitando a evolução para cirrose e câncer.

Os medicamentos para o tratamento da Hepatite B e C podem ser retirados nas unidades de referência regional. Saiba mais sobre a hepatite neste link.

Fonte: Agência Minas.