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Geada afeta lavouras em Varginha e no Sul de Minas, e produção de café deve ter queda

Em menos de um mês, região registrou a 2ª geada; fenômeno afetou cafeicultores em diversos municípios.

Redação CSul/Foto destaque: Juliano Assunção

Varginha e região seguem vivendo dias de frio intenso, há quem diga que há tempos não fazia frio nesta intensidade. Conforme a previsão do tempo, a expectativa é de uma nova frente fria, que deverá alcançar a região Sul neste fim de semana.

De acordo com Desirée Brandt, da Somar Meteorologia, a frente fria não deve ser forte em termos de chuva. “Esse sistema vai provocar queda na temperatura e novo risco para geadas. Na metade da semana que vem, a geada pode alcançar áreas de São Paulo e Sul de Minas”, destaca.

Contudo, até a chegada da frente fria, o ar polar que atua sob o centro e Sul do país deverá perder a força aos poucos.

Geada afeta lavouras no Sul de Minas

Na última semana, o Sistema Nacional de Meteorologia havia divulgado que, as temperaturas iriam registrar quedas devido à massa de ar frio de origem polar seca. Na madrugada da última terça-feira (20), as geadas acompanharam as baixas temperaturas e lavouras do Sul de Minas foram afetadas.

Conforme a Epamig, as perdas para a safra do próximo ano podem chegar a 7 milhões de sacas. Conforme levantamentos iniciais da empresa, os prejuízos mais graves foram registrados em lavouras com menos de cinco anos. Ainda conforme a Epamig, 30% das propriedades cafeeiras foram atingidas.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, os municípios que registraram as menores temperaturas em Minas Gerais foram Maria da Fé, Monte Verde e Passos. Porém, em outras cidades da região o clima também foi motivo de preocupação para os cafeicultores. Varginha, Três Corações, Três Pontas, Campos Gerais, Campo do Meio e outras cidades sul-mineiras, também sofreram com geadas durante a madrugada.

“Será necessário aguardar alguns dias para mensurar o prejuízo real causado pela geada, mas acreditamos que cerca de 30% das lavouras foram atingidas. Alguns produtores perderam até 100% da colheita de 2022, que já era considerada uma supersafra”, explica João Paulo Alves de Castro, Gerente Comercial e Engenheiro Agrônomo da Coopercam.

Como o país é o maior produtor e exportador do grão no mundo, a geada, que segundo especialistas, não tem previsão de retorno nos próximos dias em Minas Gerais, também causa impacto internacional. Com a possibilidade de queda na produção, o mercado já ameaça aumentar os preços da bebida.

Como proteger os cafezais?

Este fenômeno climático interfere negativamente no rendimento e na qualidade da plantação, uma vez que o derretimento do gelo pelo sol faz com que as folhas queimem e morram. Como a produtividade está diretamente ligada à área foliar da planta, a safra seguinte é impactada.

De acordo com a Fundação Procafé, é importante se atentar à cobertura do solo. Solo coberto com vegetação, por mato ou cultivos intercalares, viva ou morta, reduz a incidência solar e, consequentemente, o armazenamento de calor pelo terreno. Deixe o solo livre. Neste mesmo sentido, lavouras com espaçamentos mais abertos tendem a ser menos afetadas por geadas.

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que emitem o Alerta Geada aos produtores das áreas de cultivo do estado, recomendam que as mudas novas, com até seis meses de campo, sejam enterradas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica ou aquecimento, podendo adotar as duas práticas simultaneamente.

Em ambos os casos, a proteção deve ser retirada logo que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco de geadas. Nas lavouras com idade entre seis meses e dois anos, é recomendado amontar terra no tronco das plantas até o primeiro par de folhas. Essa proteção deve ser mantida até meados de setembro e depois retirada com as mãos.

*Com informações: Coopercam, G1 Sul de Minas e Canal Rural

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