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Centro de Referência em Análise da Cachaça será implementado em Lavras  

Termo de outorga para reestruturação de laboratório e compra de equipamentos foi assinado pela Secretaria de Agricultura, UFLA e Fapemig. Projeto conta com recursos de R$ 3,7 milhões

Foto: Diego vargas / Seapa

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) assinaram o termo de outorga para a reestruturação e implementação de um Centro de Referência em Análise de Qualidade de Cachaça, na quinta-feira (21/9). O projeto foi aprovado por edital da Fapemig, com recursos de R$ 3,7 milhões, que serão empregados na execução de um laboratório e na compra de equipamentos.  

Durante a cerimônia, o secretário Thales Fernandes destacou os esforços do Sistema Agricultura em apoio à cadeia produtiva. “A produção de cachaça de alambique em Minas Gerais tem crescido cada vez mais. Nosso trabalho no Governo de Minas, junto aos parceiros do Sebrae, Faemg e UFLA, entre outros, acontece no sentido de apoiar o produtor para que ele saia da informalidade e tenha seu produto nas prateleiras, comercializado e exportado com valor agregado, gerando renda e empregos para os mineiros”, afirmou. 

Para a professora da UFLA, doutora Maria das Graças Cardoso, a estruturação do Centro de Referência representa a realização de um sonho. “Hoje é o dia em que eu vejo o reconhecimento por um trabalho de 23 anos. Esse laboratório, com equipamentos de ponta, vai atender aos produtores de todo o Brasil, no intuito de melhorar a qualidade da nossa cachaça e fazer da bebida um produto de exportação. Teremos em Minas Gerais, onde há o maior número de cachaças de alambique do país, uma rota especial do destilado”, disse. 

I Simpósio Brasileiro 

O documento foi assinado durante a abertura do I Simpósio Brasileiro de Cachaça de Alambique (I SBCA), realizado pela UFLA em parceria com a Seapa, no Parque Tecnológico da universidade, na região do Campo das Vertentes. O evento, que acontece até sábado (23/9), abrange também o V Seminário Mineiro de Cachaça de Alambique.  

Com o tema “Cachaça, 500 anos de história: um legado de uma matriz complexa, envolvendo equilíbrio entre cultura e pesquisa”, o simpósio reúne estudantes, pesquisadores e representantes da cadeia produtiva e de valor do destilado. A programação inclui minicursos, conferências, mesas redondas, momentos para negócios, entre outras atividades. Cerca de 270 pessoas participam dos debates e capacitações.  

Cachaça em Minas 

Conforme o Anuário da Cachaça 2021, divulgado pelo Ministério da Agricultura em 2022, Minas Gerais é líder na produção de cachaça de alambique no Brasil. A cada três municípios que produzem a bebida, um está situado em Minas Gerais. No estado, há mais de 350 cachaçarias e cerca de 2,2 mil marcas diferentes. 

Salinas, localizada no Norte de Minas, é a cidade brasileira com o maior número de estabelecimentos produtores, totalizando 16. E Córrego Fundo, na região Sudoeste, é reconhecida por ter a maior concentração de empreendimentos de cachaça por habitante no Brasil, com 643 residentes para cada instalação. 

No período de janeiro a agosto de 2023, as exportações de cachaça de Minas alcançaram uma receita de US$ 1,5 milhão, com um total de 258 toneladas embarcadas. Esse desempenho representou um aumento de 15,3% em valor e 10% em volume em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). De um total de 16 países compradores, os principais destinos internacionais para a cachaça mineira durante esse período foram o Uruguai, os Estados Unidos e a Itália. 

Fonte: Agência Minas