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Operação Expresso desmantela esquema bilionário de sonegação montado por empresas de café em quatro estados; ação acontece em sete cidades da região

Operação tem como objetivo desmantelar grande esquema criminoso de sonegação de impostos e creditação indevida de ICMS na compra e venda de café em grão cru decorrente de comercializações interestaduais; levantamentos iniciais apontam que os valores devidos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 1 bi em impostos. No Sul de Minas, ação acontece em Andradas, Borda da Mata, Itamogi, Ouro Fino, Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso e Varginha.

Redação CSul/Foto destaque: Divulgação MPMG

Uma força-tarefa foi montada pelo Ministério Público de Minas Gerais, coordenada pela Polícia Civil do Paraná e em conjunto com a Receita Federal do Brasil; das Receitas Estaduais do Paraná, Minas Gerais e São Paulo; do Ministério Público do Paraná e das Polícias Civis do Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais deflagra na manhã desta terça-feira (16), a Operação Expresso. A ação acontece no Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

Ao todo, 35 mandados de prisão temporária, 124 mandados de busca e apreensão e 61 mandados de sequestro de bens estão sendo cumpridos. A operação tem como objetivo desmantelar um grande esquema criminoso de sonegação de impostos e creditação indevida de ICMS na compra e venda de café em grão cru decorrente de comercializações interestaduais. Conforme apurado, a fraude envolve ainda crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Veículos de luxo foram apreendidos durante a operação/Foto: Divulgação MPMG

Na região

No Sul de Minas, a operação ocorre em sete cidades: Andradas, Borda da Mata, Itamogi, Ouro Fino, Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso e Varginha. Nestes locais estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e quatro de sequestro de bens.

Levantamentos iniciais apontam que os valores devidos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 1 bi em impostos. Entre os investigados de envolvimento na fraude estão grandes atacadistas e corretores de café em grãos do Paraná, além de transportadores, proprietários e representantes de torrefações paranaenses conhecidas no ramo cafeeiro nacional. 

O esquema

De acordo com a força-tarefa, atacadistas e corretores de café de Londrina e região possibilitavam a diversas torrefações do Paraná a aquisição do café em grão cru de duas formas. A primeira, destinando o produto com créditos fraudulentos de ICMS advindos de notas fiscais falsas; a segunda, na aquisição do café em operações fraudulentas (dentro do Paraná), em que o recolhimento dos tributos não era feito.

Conforme as investigações, em ambos os casos, a mercadoria era oriunda de Minas Gerais e do Espírito Santo, comercializada por cooperativas e produtores rurais desses estados, sendo as notas fiscais destinadas a empresas de fachada, as chamadas “noteiras”, também localizadas em Minas Gerais e no Espírito Santo.

As operações envolvendo empresas dos dois estados possibilitavam o não recolhimento do ICMS sobre as notas fiscais falsas. Paralelamente, segundo apurado, outra empresa “noteira”, situada em São Paulo, emitia notas fiscais falsas destinadas a atacadistas e torrefações do Paraná. 

As investigações apontam que, nos dois tipos de aquisição irregular do café em grão cru, os destinatários do Paraná se beneficiavam com o crédito de milhões de reais em ICMS de operações interestaduais fraudulentas que nunca foram pagos.

O trabalho investigativo aponta ainda que, por diversas vezes, o produto adquirido por meio de notas fiscais falsas oriundas de São Paulo era destinado a empresas de café solúvel de Londrina e de Cornélio Procópio, ocasião em que, simulando uma venda da mercadoria dentro do Paraná, os atacadistas emitiam uma terceira nota fiscal falsa, acarretando aos próprios atacadistas o não recolhimento do tributo.

Somados os valores, as “noteiras” de Minas Gerais e de São Paulo emitiram cerca de R$ 6 bilhões em suas operações. Quanto às empresas destinatárias das notas fiscais falsas no Paraná, a estimativa é que elas tenham acumulado créditos tributários fraudulentos de, aproximadamente, R$ 100 milhões, considerando que receberam cerca de R$ 1 bilhão em notas frias.

Conforme apurado, houve também sonegação do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) dos produtores rurais que venderam o café sem nota fiscal. Segundo a Receita Federal, o valor é superior a R$ 200 milhões.

*Com informações: Portal MPMG/G1 Sul de Minas

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