“Romieta e Julieu – Tecnotragédia Amorosa”, de Ana Elisa Ribeiro, está entre os 20 livros indicados na categoria Literatura Juvenil do Prêmio Jabuti.
Foto: Divulgação CEFET-MG.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou a lista com os livros finalistas da 64ª edição do Prêmio Jabuti e a professora do CEFET-MG Ana Elisa Ribeiro foi indicada na categoria Literatura Juvenil com a obra “Romieta e Julieu – Tecnotragédia Amorosa”.
O livro, claro, faz alusão à famosa história de Shakespeare e a inspiração para o texto surgiu a partir de um detalhe que chamou a atenção da professora Ana Elisa: uma falha de comunicação, que virou mote para o livro. “O problema todo da tragédia de Romeu e Julieta é que uma mensagem não chega! Imagina se ela chegasse, o que seria deles? Hoje é difícil uma mensagem não chegar. Uma falha de comunicação separou o casal para sempre. Esse ponto de história, nem sempre comentado, me chamava a atenção como professora na área de tecnologia e linguagem. Daí resolvi mexer nisso, com a licença de Shakespeare”, relembra.
A linguagem contemporânea, própria dos meios digitais, é uma característica de todo o texto, que busca se conectar à nova geração de leitores. “Acho que todo mundo, não apenas jovens, pode se divertir com esta versão que publiquei, porque a linguagem é curiosa e a história sofre algumas modificações que se devem justamente à interação com as coisas do nosso tempo. Levar livros contemporâneos e clássicos para a sala de aula é sempre uma boa”, acrescenta.
“Romieta e Julieu” foi encomendado pela editora mineira RHJ. O design do livro é assinado pelos irmãos Marconi e Marcelo Drummond e conta com posfácio da escritora Maria Valéria Rezende.
História com a premiação
É a segunda vez que a professora Ana Elisa Ribeiro concorre à honraria do Prêmio Jabuti. Em 2020, foi indicada pela obra “Dicionário de Imprecisões”, publicado pela editora Impressões de Minas.
Desta vez, a autora foi pega de surpresa com a indicação, sobre a qual ficou sabendo quando começou a receber mensagens de parabéns. “Quando fui indicada na poesia, também me assustei, porque é tudo muito concorrido, mas estava prestando atenção no processo. Desta vez, eu estava distraída disso, dando minhas aulas e correndo com as coisas. De repente, comecei a receber mensagens de parabéns. Algumas pessoas viram o resultado antes de mim e me mandaram. Claro que fiquei feliz, surpresa e animada. É já uma forma de reconhecimento do trabalho”, destaca.
A professora lembra o quanto é desafiador escrever, mas o gesto é algo inerente à sua história e à sua grande paixão. “Eu já teria desistido, se não fosse a coisa que mais almejei na vida. Quando isso é visto, quando sinalizam que é legal, fica melhor ainda. O livro ganha um impulso, e eu também. O projeto de escrever atravessa toda a minha vida, desde a escola fundamental. Não se brinca com isso. Chegar lá à final do maior prêmio do país é emocionante. Ganhar são outros quinhentos, mas estar nessa listinha já é precioso”, finaliza.
Jabuti
Realizado desde 1958, o Prêmio Jabuti condecora as melhores obras literárias brasileiras. No total, 4.290 trabalhos foram inscritos este ano, um aumento de 25% em relação a 2021. A organização selecionou dez livros para disputar a final em 20 categorias, divididas nos eixos Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.
Os vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro em cerimônia no Theatro Municipal de São Paulo. Fechado para convidados, o evento será transmitido ao vivo pelo canal da CBL no Youtube.
Mais
Conheça um pouco mais sobre o livro da professora Ana Elisa indicado ao Jabuti lendo a resenha “Ousada releitura de um clássico”, publicada no blog Outubro Edições.
Fonte: CEFET-MG.
