
Evento em Varginha debate desafios logísticos na cafeicultura
Profissionais do setor se reuniram para discutir desafios e oportunidades da logística na exportação de café
Foto: Play no Agro
Em um cenário de recorde nas exportações brasileiras de café e desafios logísticos crescentes, o evento “Falando de Logística” reuniu nesta quarta-feira (24), em Varginha, profissionais da cadeia logística, como os setores portuário e de transportes. Promovido pelo Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG) em parceria com o Coffee Connect e a Plata Digital, o encontro tornou-se um marco importante para discutir as principais questões que impactam os exportadores de café no Brasil.
Viviane Spinola, Gerente Comercial da Nova Safra, destacou a importância da união para alcançar melhorias significativas no setor. “Precisamos de união, para juntos pedir e conseguir algo que realmente traga um benefício para o Brasil, porque não estamos falando de um setor específico ou uma empresa, todos precisamos disso. E a única palavra que poderia melhorar alguma coisa no setor de transporte no momento é a previsibilidade.”
A questão da ação conjunta foi reforçada por Cláudio dos Santos, Diretor Comercial da BTP, que apontou a necessidade de destravar investimentos para melhorar a infraestrutura portuária.
“Os terminais estão preparados, mas o porto não. Precisamos fazer alguma coisa agora, destravar esses investimentos e unir forças. O maior prejudicado é a carga, e precisamos falar sobre isso”, afirmou Cláudio.
Exportações de café em alta e gargalos logísticos
Outro importante debate foi sobre o recorde das exportações de café, especialmente no Porto de Santos, e os gargalos logísticos que têm impactado o setor.
Segundo Elber Justo, Diretor-Presidente da MSC Brasil, a projeção da capacidade dos terminais com todas as premissas que estão previstas é de aumento de capacidades, principalmente no próximo semestre. Com a perspectiva de crescimento, surge a necessidade de aprimorar a infraestrutura para suportar o aumento no volume de exportações.
Eduardo Heron Santos, Diretor Técnico do Cecafé, também ressaltou que a falta de capacidade impacta diretamente os exportadores, que acabam arcando com os custos adicionais. “Com a falta de capacidade, as cargas não são colocadas nos terminais, e esse custo quem paga são os exportadores.”
Os painéis, mediados pelo presidente do CCCMG, Ricardo Scheneider, também contaram com a participação de Lucas Moreno, CEO do Ellox, que revelou que 62% dos navios destinados à exportação de café enfrentaram atrasos em junho.
Rafael Ferreira, Advogado Especialista em Direito Portuário e Marítimo, contribuiu com suas perspectivas e propostas para melhorar a logística do café no Brasil, abordando como as empresas de logística podem se proteger contra cobranças indevidas no setor marítimo.
Com discussões construtivas, o evento fortaleceu o compromisso dos participantes em trabalhar juntos por um futuro mais eficiente para a logística do café no Brasil.
Fonte: Larissa Moura / Plata Digital