Consórcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas é considerado o maior Samu do Brasil

Mensalmente, são repassados R$ 2.670.180,38 para o Cissul, que beneficia 2,6 milhões de pessoas em 154 cidades nas regionais de Varginha, Pouso Alegre, Alfenas e Passos.

Foto: Thayane Lenzi

Para garantir a presença do Samu 192 em todo o estado, Minas adotou um formato regionalizado. O atendimento é, portanto, garantido aos moradores por sistemas de consórcios entre municípios vizinhos, com o custeio realizado entre os entes governamentais, de forma tripartite. Anualmente, o Estado repassa cerca de R$ 325 milhões aos consórcios.

“O modelo é eficaz e possibilita o alcance de mais pessoas, além de gerar economia de escala e permitir a execução, na prática, de uma regionalização solidária e cooperativa entre os municípios mineiros, ampliando o acesso aos serviços”, explica Luzia Borges, referência técnica da coordenação estadual de Urgência e Emergência da SES-MG.

Exemplo de trabalho cooperativo, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macrorregião Sul de Minas (Cissul) é considerado o maior Samu do Brasil. Com sede em Varginha, funciona desde 2015 e é composto por 154 cidades. Atualmente, o consórcio possui 45 bases descentralizadas, instaladas em municípios estratégicos, e 58 ambulâncias, 45 de USB e 13 de USA.

Toda essa estrutura oferece cobertura a uma população de 2,8 milhões de habitantes, envolvendo cerca de 800 profissionais. Em 2023, foram contabilizados 61.786 atendimentos pelo Cissul/Samu, além de 42.608 orientações médicas. Já em 2024, até 25 de agosto, foram registrados 43.855 atendimentos e 30.867 orientações médicas.

O tempo médio de deslocamento das equipes, da chamada telefônica no sistema até o local da ocorrência, é de cerca de 20 minutos. A duração do atendimento, em média, é de 38 minutos.

Segundo o secretário-executivo do Cissul, Filipe Batista, a partir dos recursos estaduais, que configuram mais de 50% do total recebido pelo consórcio, foi possível ampliar em mais de 30% o atendimento nos últimos 18 meses, resultando na diminuição do tempo de resposta e proporcionando melhorias à equipe e à população.

“Com os recursos recebidos pela SES-MG, no último ano, implementamos mais dez novas bases de suporte básico e três de suporte avançado no Cissul para ampliar o nosso atendimento. Além disso, conseguimos, de forma eficiente, implantar melhorias para o nosso efetivo, como aumento do vale alimentação e plano de saúde”, detalha.

Momento mais difícil

A história do jornalista Rafael Silva foi acompanhada ao vivo por milhares de pessoas. Em janeiro de 2021, ele teve um mal súbito enquanto apresentava o jornal na emissora de televisão em que trabalha. Rafael foi prontamente atendido pelos bombeiros e, em seguida, pelo Samu 192, ainda no local. 

“Eu estava apresentando o jornal, e, como se tivessem me puxado da tomada, eu caí. Não me lembro de nada. Mas sei que estou aqui graças à dedicação dos profissionais do Samu, não tenho dúvidas. Eles não desistiram de mim, da minha vida, que estava ali em jogo”, conta Rafael.

“Eles cuidaram de mim como se fosse alguém próximo: um filho, um irmão, um pai. O sentimento que tenho pelos profissionais do Samu é de gratidão e amor. Eles fazem parte da minha história para sempre”, declara.

O socorrista Frederico Oliveira, que atua no Samu 192 desde 2021, considera o trabalho gratificante exatamente porque faz uma grande diferença na vida das pessoas. “Quando a gente chega, geralmente, a pessoa está em um sofrimento extremo. É um momento muito difícil e a gente consegue trazer uma solução e ajudar da melhor forma possível”, diz.

Reforço aéreo

Com 586.528 km² de área territorial, Minas Gerais possui extensão similar à de muitos países e, para garantir as transferências dos pacientes em tempo oportuno, o estado conta com o Serviço Aéreo de Suporte Avançado (Saav), parceria entre a SES-MG e o Samu com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e o Comando de Aviação do Estado da Polícia Militar (Comave), por meio dos Consórcios Regionais de Saúde.

O Saav possui atualmente seis helicópteros e dois aviões, com bases em Belo Horizonte, Montes Claros, Varginha e Uberaba, garantindo uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência médica.

O número de pacientes transportados tem crescido, saindo de 344, em 2016, para 1.007 no ano passado. O número de vítimas atendidas também saltou de 428, em 2016, para 1.276 em 2023.

“Seja por via terrestre ou aérea, a velocidade é primordial para salvar muitas vidas. É o investimento de cada real que vai fazendo a diferença na saúde dos mineiros”, conclui o secretário Fábio Baccheretti.

Fonte: Agência Minas

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