
Artigo de Juarez Alvarenga: Lá em casa tinha brasa
Texto desenvolvido pelo advogado e escritor Juarez Alvarenga.
Foto: CSul
As transformações existenciais nos submetem a novos questionamentos.
Seus ciclos são diferenciados. Buscar a imutabilidade do sucesso, como a transformação do fracasso em êxito, é nossa tática vivencial.
Éramos uma família suburbana, que tínhamos sonhos quilométricos da realidade. Porém, acreditamos que a distância, quase infinita nos tira do enquadramento cotidiano e nos leva a vitória.
HOJE, COM OS SONHOS ASSENTADOS NO CHÃO, COMPREENDEMOS QUE ESTE ÊXITO SÓ FOI POSSÍVEL, PORQUE APRENDEMOS DESVIAR DOS CAÇADORES PROFISSIONAIS. E este balé no espaço não foi ileso. Driblamos, com sutilezas, alguns tiros e fomos atingidos em outros, mas fatal nenhum. Por acharmos que nossa história só termina com a nossa morte. Buscar recursos para nossos sangramentos, foi a providência imediata. Mobilizar, depois de um sonho morto, é ressuscitar vigorosamente, para a dinâmica vivencial. Nela não há estagnação. Sua mobilidade é acelerada. Basta acionar nossa vontade, que tudo é capaz de transformar. Dos sonhos suburbanos, a cosmopolita escola de economia de Harvard. Hoje, não temo qualquer economista que tem o privilégio, de estudar em Harvard, apesar de morar na provinciana Coqueiral. E esta conquista, nasceu de meus sonhos suburbanos.
Acreditar que nada nasce pronto. O primeiro passo é sempre curto e continuar andando só depende se não cansarmos do asfalto quente da realidade, que tenta esfriar a ousadia de nossos sonhos. Sei que a chegada é triunfante, mas o marco inicial, é de descrédito total. Se submetermos aos pessimistas ficaremos estáticos e presos à realidade que nos imobiliza.
Antes buscar os sonhos distantes, com o primeiro passo, do que quebrar nossas pernas submetendo aos fatos reais. Ser vaiados no início nos vigora, para prosseguirmos e ser aplaudidos ao final.
Lembro com saudade, quando só existia brisa em nossas vidas. Era uma família light e feliz. Mas, isto não nos imobilizou. Foi aprendendo caminhar sobre nuvens carregadas, que conseguimos diluir sua negritude. Se temêssemos essas nuvens a vida, hoje, não teria as cores do arco-íris. E os sonhos teriam ficado nas estradas.
*O texto não necessariamente reflete o posicionamento do CSul.