Clima seco pode afetar mercados futuros do café

Sul de Minas vem registrando uma tendência de aumento da temperatura média diária e redução do nível de chuva, impactando fortemente a produção agrícola e a frequência de eventos extremos de clima.

Foto: Café Point

Os problemas climáticos persistem no Brasil e a seca continua castigando lavouras de café do Sul de Minas. Segundo previsão do site ClimaTempo, para os próximos 12 dias a expectativa é de muito calor, baixa umidade e zero de chuva.

Ainda segundo o site, a expectativa de chuvas são para dia 24 deste mês, terça-feira, quando em Varginha, por exemplo, são esperados 12,5mm de chuva. Na quarta-feira, 25/09, são esperados 20,8mm.
Os seguidos eventos climáticos já prejudicam a formação da próxima safra brasileira de café (2025). A seca no sudeste é severa e a última chuva relevante no interior do Brasil – incluindo São Paulo – foi na primeira quinzena de abril. Tanto o Sudeste quanto o Centro-Oeste estão praticamente sem chuva desde então.

Nesta semana, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal têm alerta vermelho para tempo seco segundo o Inmet.

Segundo o Observatório Europeu Copernicus, o verão de 2024 no Hemisfério Norte é o mais quente já registrado na história. Na última quinta-feira, 05, também, a China registrou o agosto mais quente desde 1961.

O governo federal vê risco de a seca que atinge a Amazônia baixar o nível dos rios a ponto de isolar logisticamente Manaus – impossibilitando o transporte de mercadorias por via fluvial até Manaus, cidade com 2,3 milhões de habitantes. O Rio Solimões chegou ao menor nível da história no trecho que passa por Tabatinga (AM), de acordo com relatório divulgado pelo SGS – Serviço Geológico Brasileiro na sexta-feira, 30, e divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo.

Logística: Questões logísticas globais atrasam os embarques de nossos cafés ao exterior, causando custos maiores e dificuldades no fluxo de caixa de muitos exportadores.

Cotações: Na última sexta-feira, 06, as cotações do café em Nova Iorque e Londres tiveram um dia de perdas expressivas. As quedas do dia fizeram com que as duas bolsas encerrassem os contratos com balanço negativo.

Contratos de arábica (ICE Futures US): para dezembro, fecharam o pregão valendo US$ 2,3600 por libra peso (- 820 pontos). No balanço da semana passada, recuaram 805 pontos. Em reais por saca, fecharam o pregão de sexta (6) valendo R$ 1.745,09.

Na ICE Europe: os contratos de robusta para novembro fecharam valendo US$ 4.770,00 por tonelada (- 141 dólares). Na semana passada, esses contratos recuaram 178 dólares.

Estoques de cafés certificados na ICE Futures: fecharam a sexta (6) em 843.847 sacas. No mês de agosto subiram 32.949 sacas e no mês de julho 7.530 sacas. Quanto ao mercado físico brasileiro, as bases oferecidas pelos compradores não interessaram os vendedores.

Embarques de setembro (dia 6): 319.106 sacas embarcadas, contra 261.539 sacas no mesmo dia de agosto (259.558 de arábica 49.511 sacas de canéfora + 10.037 sacas de café solúvel).
Emissão de certificados de origem (embarque em setembro): 791.180 sacas, conta 584.757 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Fonte: Redação Csul, com informações ClimaTempo, INMET e Café Point.

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