Aplausos, festa e chances: a volta de Fred ao Cruzeiro
A frase de Carlos Alberto Parreira, pouco antes da Copa de 1994, que o gol era apenas um detalhe entre tantos outros do futebol, ficou marcada. Só faltou este “detalhe” para a noite de Fred, em seu retorno com a camisa cruzeirense, ser perfeita. Mas nada que manchasse a atuação do atacante, nem a vitória do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Tupi, na estreia do Campeonato Mineiro. Sobraram sim aplausos, gritos de guerra e vibração com a volta do atacante, após 12 anos do fim do seu primeiro ciclo.
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A todo momento que pegava na bola, a torcida criava mais expectativa ainda pelo gol do atacante. Ele não veio. Mas Fred mostrou que veio para ser o homem de referência do ataque de Mano Menezes, tanto que as jogadas foram feitas em torno dele. Desde a sua chegada ao Mineirão, o GloboEsporte.com acompanhou os passos do atacante até o apito final.
Festa nas arquibancadas
“Ô Fred, guerreiro, balança o coração da gente”. Foi essa recepção da torcida cruzeirense ao atacante quando ele entrou em campo, no Mineirão, para o aquecimento. Na descida do ônibus, antes de ser reverenciado, desceu compenetrado, sem querer falar com a imprensa. Não faltaram aplausos também quando ele teve o nome anunciado no telão durante a apresentação do elenco 2018, antes do início do jogo. O atacante era o centro das atenções. Em retribuição, ele também aplaudiu quem veio lhe ver.
Parecia até algo planejado. Na primeira etapa, Fred era o mais municiado do ataque cruzeirense, que teve um bom volume de jogo. Entretanto, a bola teimou em não balançar as redes de Villar. A melhor foi a primeira, aos 8. O atacante recebeu livre na área, beliscou o pé na bola. Mas, caprichosamente, apenas o novo contratado cruzeirense foi para o gol (confira no vídeo abaixo).

Em outro lance, foi lançado na segunda trave, cabeceou para fora e pediu pênalti. O árbitro não considerou falta. Aos 34, Fred recomeçaria seu retorno ao Cruzeiro sendo garçom. Em rápido contra-ataque, ele avançou com velocidade e tocou para Arrascaeta mandar para o gol, mas o árbitro marcou impedimento (veja a jogada no vídeo abaixo).

– Algumas oportunidades que, se tivéssemos mais uns dias de treino, a bola teria entrado. Faz parte. O bom é que a bola está chegando. Temos que fazer o gol – avaliou o atacante na saída de campo.
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Na segunda etapa, vieram os gols cruzeirenses, mas não do atacante. No primeiro, ele até participou da jogada, fazendo tabela com Rafinha, que passou para Robinho marcar. Não faltaram chances para o atacante marcar o dele. Uma delas foi cara de Villar. O atacante recebeu livre, mas tocou para fora. A reação do camisa 9 foi de se lamentar bastante com a chance.

Em outra tentativa, chutou torto, de fora da área, e não conseguiu marcar. Após o apito final, Fred comemorou a vitória, apesar da curta preparação para o jogo de reestreia.
– Pelos poucos dias de treino, poucos treinos com bola, temporada apertada para estrear logo, estou feliz. Já deu para entrosar um pouco, sentir que a bola vai chegar para mim toda hora. De fora já tinha visto isso. Com o tempo ela vai começar a entrar e não vai parar. Graças a Deus conseguimos a vitória e vamos com essa luta até o final.
O atacante admitiu ansiedade na primeira partida neste retorno ao Cruzeiro. Fred se considerou um “menino ansioso” em campo e disse acreditar que vai recuperar a forma em breve.
– Está faltando só o ritmo mesmo. Depois que os músculos caírem no lugar e o ritmo chegar, será gol atrás de gol. Não tenho dúvida. Estou muito feliz em sair com a vitória e esse reencontro. Estava parecendo um menino ansioso. Futebol, por mais experiente, mais rodado, muitos jogos, chegar no Mineirão na reestreia e ver quase 50 mil, me deixou ansioso e mexeu com o meu emocional.
Números de Fred em campo
O atacante jogou os 90 minutos de jogo, fazendo sua 72ª partida com a camisa cruzeirense, contando a primeira passagem dele pelo clube. Contra o Tupi, realizou cinco finalizações, sofreu duas faltas, deu nove passes certos e dois errados. O mais importante, entretanto, para ele e a torcida foi a volta do amor entre as duas partes, adormecido por algum tempo, mas nunca acabado.
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Fonte: Globo Esporte / Foto: Washington Alves/Light Press